A reabilitação no Acidente Vascular Cerebral
- Waldemar Hillal Barboza
- 1 de nov. de 2018
- 2 min de leitura
Atualizado: 4 de fev.
Como vimos na primeira parte da série sobre o Acidente Vascular Cerebral, conhecer os fatores de risco para o AVC é essencial para sua prevenção. Segundo o Relatório Mundial sobre a Deficiência, publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com o Banco Mundial, em 2011, mais de um bilhão de pessoas no mundo convivem com algum tipo de deficiência.
A Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência destaca, entre outros aspectos, a reabilitação. Nesse sentido, enfatiza que devem ser adotadas medidas efetivas e apropriadas para possibilitar que as pessoas com deficiência conquistem e conservem o máximo de autonomia e plena capacidade física, mental, social e profissional, bem como plena inclusão e participação em todos os aspectos da vida.
Quem passou por um AVC hemorrágico ou isquêmico precisa conviver com algumas sequelas decorrentes do quadro clínico. A recuperação vai depender de fatores como a área afetada e o tamanho da lesão. Os médicos não costumam trabalhar com uma cura total de uma sequela, mas sim com a reabilitação, de forma que o paciente se torna independente para realizar suas atividades sozinho, como necessitar. Esse cuidado é feito com acompanhamento médico e por vezes também fisioterapêutico.
Paralisia de áreas do corpo, distúrbios de atenção, déficit sensitivo, dificuldades na comunicação e para realizar movimentos motores, confusões visuais ao identificar objetos, déficit de memória, lesões cerebrais, alterações comportamentais, depressão e estresse podem ser algumas das sequelas deixadas pelo AVC.

O tempo de recuperação varia a cada caso, mas em média é possível registrar alta hospitalar dentro de 60 dias após o Acidente. Já a reabilitação é algo que pode durar a vida toda, por isso a importância de priorizá-la, já que sem ela, a qualidade de vida pode ser prejudicada. De acordo com o IBGE, apenas 10% das vítimas de AVC passam por reabilitação imediata.
Avaliação
Para que o tratamento gere resultados, é necessária uma avaliação individual e contextualizada, a partir dos potenciais do paciente e não de sua deficiência propriamente dita. O trabalho médico, em parceria com a família, também permite um diagnóstico mais apurado. Neste cenário, devem ser avaliadas as funções sensoriais, motoras, de linguagem e cognitivas da pessoa.
É necessário que para identificação do nível de acometimento destas funções, a avaliação seja feita por uma equipe multidisciplinar. É importante que seja acompanhada por um time qualificado, que contemple o caráter dinâmico do quadro e que forneça pistas para a tomada de decisão no sentido de favorecer a recuperação e também proporcionar compensações e funcionalidade.
Todo o cuidado é pouco quando se trata de saúde e os pacientes vítimas de AVC precisam sentir que não perderam seu espaço na sociedade. Os três primeiros meses de recuperação são importantíssimos para o cérebro do acometido reaprender com mais facilidade suas sensibilidades perdidas e a presença dos amigos e familiares podem acelerar este processo, ainda que intermitente.
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